quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Mito, Amor dos sonhos



O Amor dos Sonhos
 
O Mito de Narciso

Muitos se perguntam por que Narciso se apaixonou por si mesmo. Porque alguém passa a amar a si próprio? A resposta está e sempre esteve conosco. A dor e a espera.
Com o tempo fazemos tantos planos, projetos, construímos um mundo para a chegada do amor. Contudo, ele nunca chega. Os belos jardins caem. A casa construída com nosso suor, o futuro ninho de amor, vai aos poucos ficando abandonada.

Olhamos pela janela, vemos as mudanças das estações, as flores crescerem e morrerem, os pássaros construírem sua família e voar para seus próprios sonhos; a lareira queima, suas chamas dançantes nos faz pensar no dia em que estaríamos dançando sob elas, sob seu calor, seu brilho. Vemos surgir nos céus o sol, sempre trazendo a esperança de que pode ser hoje, hoje nosso amor pode entrar pela porta, porém a noite chega, traz consigo as lágrimas, lágrimas do que poderia ter sido e não é. Vindas com a noite temos as estrelas, tantos pontos no céu, quanto pessoas na Terra e ninguém nunca chega pela porta, são como as estrelas no céu, cada um a milhares de anos-luz um do outro. 
Com as estrelas também surge o astro dos amantes, a Lua, mas é ainda pior sentar-se sob o luar acompanhado apenas pela solidão.
Caminhamos pela noite, guiados apenas pela solidão, nossa fiel companhia. Chegamos a um lago tão cristalino e puro que o espelho da alma se forma. E temos tanto medo. Medo de realmente vermos quem somos, o que somos, o que nos guia. Sempre nos vemos sob véus, nunca os tiramos,  pelo medo do que está por detrás dos véus que nos cobrem.

Se criamos coragem para olhar no espelho vemos o que somos. E é tão belo o espetáculo que não conseguimos mais viver sem olhar nestes olhos da alma. O leito do pequeno lago se torna nossa casa, nosso leito. Já não mais esperamos o amor, apenas esperamos uma entrega impossível com nosso próprio eu. E no caminho definhamos lentamente, somos levados pelas profundezas do lago.

E no dia em que finalmente o amor chega, encontra apenas uma flor, uma linda flor, nascida da nossa dor e que floresce aos poucos, sob os cuidados do amor que abandonamos e se tornou o jardineiro de nós.

3 comentários:

  1. Olá Pallas como vai?

    Eu não achei um outro lugar pra te mandar uma mensagem, depois vc pode excluir este comentário.

    Não se preocupe com a critica feita ao meu texto, pois se somos agora vidraças temos que saber receber as pedradas.

    Concordo com vc na questão de um estilo mais simples de escrita, inicialmente eu fazia isso, ai os arautos da cultura diziam que era muito... simples!!!!

    Não sei quanto tempo vc tem o seu blog, mas acredite em mim, logo vc se depara com pessoas extremamente exigentes.

    Já faz um ano que eu estou com este dilema, pessoalmente como leio muito, gosto de textos mais enriquecidos tais como os de José Saramago.

    Talvez um meio termo seja a solução.

    Coloquei teu no blog no meu list-blog, devagarzinho eu vou dando uns pitacos por aqui, gostei do clima mitológico, do fundo de tela.

    O texto em questão é o tipo de coisa que eu gosto de ler, este confronto da tua o que os outros querem que eu seja contra o que eu sou.

    O espelho pode ser encarado sobre estas tus ópticas.

    Vá se acostumando que minhas mensagens são extensos.kkkkk, mas pode ter certeza que só frequento os lugares que eu gosto.

    Um abraço.

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  2. Olá Amadeus, estou bem, muito obrigado.
    Eu sei como é difícil a questão do estilo, eu também escrevo um livro, na verdade a estruturação de lendas e pesquisa de personagens e tudo mais para uma maior veracidade da trama. E pedi para algumas pessoas lerem e a crítica que me fizeram era justamente quanto a forma de escrever.
    Quanto mais estudamos mais dificuldades temos com a linguagem dos dias de hoje que parece ferir tanto nossos ouvidos.
    Obrigado por adicionar meu blog ao seu list blog. Tenho muito o que melhorar e ficaria extremamente feliz em receber suas críticas para melhorar.
    O tema mitológico faz parte de mim e de minha religião, inclusive tenho um site específico destinado as culturas do mundo e ao paganismo.

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Pallas

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