sábado, 16 de julho de 2011

Anjo Caído

                                                                 
                     
                                Anjo
Um mar de rostos se apresenta frente a mim
Porém...
Vejo apenas um
Neste mar.
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Onde se encontra a minha jóia perdida?
Caída dos céus
Enquanto voava por este mesmo mar
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A mais preciosa das jóias
Ela que me fez descer dos céus
Desistir da imortalidade
Afinal...
O que é ser um anjo?
Um guerreiro divino...
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Vazio...
Apenas um imenso vazio...
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Foi-me designada à missão de proteger
Porém...
Meu protegido me salvou
Salvou-me de mim mesmo
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As minhas asas
Asas que representavam a liberdade
Presenteavam-me com a vastidão do céu
Tornaram-se minhas amarras
Por elas estou ligado aos céus
Mas não posso abandonar
A Terra
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Ela guarda o que mais anseio
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Vago por essa vastidão
Esquecido...
Invisível...
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No entanto...
Em cada rosto vazio vejo a mais amada das faces
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Abandonei o céu
Abandonei minha missão divina
E qual seria ela?
Por que meu pai?
Por quê?
O que eu fiz a ti, meu pai?
Deste-me o maior dos presentes...
Mas não posso tê-lo
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A cada passo meu
Ele se esvai de meus braços
Perde-se nesta vastidão
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Só agora compreendo-te meu pai...
Do porque permitires aos humanos amar
Ao se encontrarem uns nos outros
Dá a eles a chance de serem Deuses
A chance de, mesmo que por um momento, entrarem em sua mente
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És um senhor
E vagas sozinho pela eternidade
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 Permite a suas criações não sofrerem da solidão
Do vazio eterno
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Mas é avassalador meu pai...
O traí
Deixei tua casa
Meus deveres
Por um ser
Que não o Senhor
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Mas sei que não o colocarias em minha estrada
Se não fosse tua vontade
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Só agora compreendo a razão de meu irmão tê-lo desobedecido
Não foi uma traição
O mais belo de meus irmãos...
Ele vaga também
E como saber o desespero que o corrói?
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Minhas asas se abrem
Posso sentir o acariciar da brisa sob minhas penas
Mas não pertenço mais aos céus
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Parto atrás de minha jóia perdida
Ela precisa de mim
A acolherei sob meus braços
Apoiada em minhas asas
A levarei a um céu só nosso
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Levanto vôo
E vejo o brilho do sol
Tornando o branco em dourado
E o dourado de meus cabelos no cobre
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Vôo em tua busca
Minha jóia
Não temas...
As sombras não o abraçarão
Enquanto puder manejar a flâmula divina que nos habita
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Apenas o olhar das estrelas nos animará
Elevará teu brilho
E dormirás sob o véu de meus cabelos
Sobre as plumas de meu corpo
Mesmo que o céu não sejas mais meu lar
Ainda te levarei até lá
Mesmo que em seus sonhos
 

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