sábado, 7 de maio de 2011

Ânsias


O Coração bate, sinto seus movimentos em meu peito. Durante muito tempo pensei que ele nunca mais bateria, mas agora ele me sufoca, minha garganta fica apertada, meu estômago se embrulha com uma angustia que me abate. Como posso fazê-la parar? Tudo o que sou se desmorona, rolam pelas paredes de meu ser. Onde está minha segurança? Minha vontade de vencer e lutar?
Afinal de contas sou apenas um humano, os sentimentos, por mais que tentemos retarda-los, rompem os diques que criamos e se rebelam. Todos os sentimentos que geralmente se encontram no mais profundo de minha alma se rebelaram, tomaram conta de mim, mas como posso fazer para fazer com que voltem de onde vieram?
A solidão sempre foi minha companheira, mas agora ela me sufoca, preciso romper o véu que cobre meus olhos para a vida que se abre diante de mim. Mas é tão difícil voltar à vida quando se decide abandona-la. Quando e está sozinho nossos piores medos e desesperos afloram com toda a sua força, não há como conte-los, ficamos a contemplar o vazio, esperando, sempre a espera de algo que está por vir e que nunca virá.
Sonhos se desfazem feito à bruma da primavera, são tão fugazes, difíceis de controlar, e estão sempre a nos rondar, como afasta-los para o mais longe de nós para que possamos, ao menos uma vez, nos contemplarmos diante de um espelho e não vermos a imagem do desespero a nos espiar por trás de nossos olhos. Como fechar os olhos e esquecer tudo o que é e já foi, para poder contemplar um futuro sem medo e apreensões?
Todo ser humano é falho, mas a fraqueza de cada um nos define e torna fortes, ela nos faz ver que quem está diante de nós é um ser vivo e falho. A perfeição é reservada aos deuses, mas será mesmo? Os desuses são a imagem de quem? Os humanos tolos os criaram e lhes deram vidas, e são, portanto, tão falhos quanto qualquer humano.
Mas sempre que contemplamos o céu à noite e vemos a vastidão do universo, a noite eterna, compreendemos o quanto nossa vida é falha e miserável, desgraçada ao extremo, pois por mais que tentemos ignorar, no final a morte nos abraça e tudo o que fizemos, todos os nosso sonhos, ânsias, sonhos, desesperos, buscas, quem somos se desfaz com nossa carne em um túmulo úmido e frio no final do caminho. Então por que vale a pena lutar? Continuar sempre uma busca, que no final se revela inútil?
Por que,sem esse pequeno pedaço do universo que nos é concedido, o nosso corpo e alma, seríamos meros átomos errantes na vastidão do universo, vagando por incontáveis eras e distâncias. Vale a pena viver, pois a vida que nos é concedida faz toda a diferença, pois o oceano não seria tão vasto se não fosse pelas gotas que o compõe.
Juntos somos o oceano da vida, separados somos as gotas que o compõe. È uma grande honra ser parte do grande oceano da vida, pois sem mim uma gota estaria faltando e sem ela o oceano não seria o mesmo!
Como é olhar para a face do medo? O pior de todos os males que nos rondam? Como resistir ao desejo insano de arrancar de suas entranhas tudo o que não pode ser visto com bons olhos pelas pessoas ao nosso redor? Sempre que caminho, vejo rostos vazios a me olharem através do mar da dissimulação, mas existe um modo de destruir a dissimulação?  Todos sempre escondem algo, pois quem somos realmente muitas vezes assusta quem amamos e preferimos esconder nosso rostos na mediocridade para passarmos despercebidos pela multidão.

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